O conforto do nosso lar é tão intenso...
Quando decidimos casar, muitas pessoas diziam que depois de algum tempo eu me acostumaria fácil com a nova rotina, especialmente com a nova casa, e que depois de um tempo a casa dos pais seria apenas um local de “passagem”. Particularmente duvidava dessa teoria. Eu ficava tentando entender como é que, depois de 23 anos morando e convivendo com os meus pais e irmãos, pensaria na casa deles dessa forma. Dentro de mim inundava uma espécie de ingratidão só de pensar nessa possibilidade. Então, esperei para ver.
Na verdade, esperei para crer. Levou pouco tempo até que eu realmente confirmasse o que tanto me diziam, inclusive a minha mãe que chegou a afirmar: “Daqui uns dias, você virá aqui me visitar, e depois vai ficar doida para ir para a sua casa.” (so sad!)
Realmente, eu não trocaria o nosso lar de 40m² por outro. É uma espécie de elo de amor que criamos com o passar do tempo que é indescritível, nem os melhores hotéis/resorts conseguem nos satisfazer tanto quando onde fixamos morada.Na nossa rotina é normal viajarmos para fotografarmos. Por vezes, a depender do serviço, ficamos 2 ou 3 dias longe de casa e, claro, a saudade aperta. E digo, não há sensação mais fantástica da vida do que chegar, descalçar, por aquela roupa de casa, deitar no sofá e ver o tempo simplesmente passar.
Foi seguindo essa linha do aconchego do lar que começamos a introduzir alguns dos nossos trabalhos na casa do casal ou da família. Desde o pré-wedding, ensaio de gestantes e ensaio de famílias mais numerosas.Então, foi em uma tarde no escritório, sentada em frente ao computador, pedindo para que Deus nos desse uma nova estratégia e um projeto diferente que surgiu o LAR session. Digamos que em um insight veio a expressão home em inglês que na tradução significa lar, e no pensamento uma manifestação artística da letra A em representação às casas suíças com formatos mais triangulares, e também às casas típicas encontradas em Santiago, na Ilha da Madeira. A mão sacou a caneta mais próxima e uma folha de rascunho, então os rabiscos começaram. Para as cores, decidimos os tons pastéis, muito cara de home sweet home. Por fim, para dar um toque a mais, a chaminé que exala corações, numa tentativa figurada de dizer: “Aqui dentro tem muito amor!”
Se nos perguntarem se fazer ensaios em casa é novidade, nós diremos que não, pois já é uma prática de profissionais a muitos anos. Eu mesmo presenciei isso quando pequena. Certa vez (praticamente 18 anos atrás) a minha mãe contratou um fotógrafo para tirar fotos do meu irmão, no quintal de nossa humilde residência (rs). Digamos que a novidade em si se centra na possibilidade de ressuscitar e expandir localmente essa “prática” e no designer e cara que demos ao projeto.
Atualmente, 99.9% dos nossos trabalhos são realizados ao ar livre. Não temos estúdio e, na verdade, preferimos o método de trabalho que adotamos. Para nós, compor uma fotografia usando de fundo a natureza ou o espaço urbano, gera um diferencial significativo. E, como tudo que vem para somar quando o assunto é foto nos faz perceber o quão prazeroso é pensar e idealizar, o LAR session veio dessa sede de recriar novos cenários e novas possibilidades.
Quando pensamos em fotos, pensamos no adjetivo atemporal, ou seja, recordações que serão vistas daqui várias décadas como algo que não foi afetado com o passar do tempo, e que será vista e fará todo o sentido para o nosso cliente.Gostamos sempre de enfatizar que somos adeptos do natural na fotografia. Quando fechamos pacotes de casamento que inclui o pré wedding, é 100% de certeza que eles nos questionam sobre o que vestir, e nós sempre respondemos: “vista aquilo que se sente confortável, o que veste no dia-a-dia.” A foto precisa de identidade e substância e ao ser fiel ao próprio estilo é cumprir com essa atemporalidade que tanto buscamos.
Em ensaio de família mais numerosas, são infinitas possibilidades que nos são apresentadas. Imaginemos adicionar risadas, diversão, espontaneidade e simplicidade em um ambiente familiar? É mesclar intimidade com naturalidade em uma foto só: um sonho para nós!
Em conclusão, para saber mais sobre este projeto, afirmamos que o único meio é apenas, e somente, experimentando. O projeto em si não pressupõe invasão de privacidade. Queremos ir até onde nos permitirem, dentro dos padrões convencionais. Portanto, a filosofia adotada neste projeto parte das variadas possibilidades de usar o espaço familiar dentro de um conceito de fotografia mais intimista, apresentando interpretações únicas de histórias reais.
Camylla Cerqueira